Por Gustavo Moreira:
César Epitácio Maia, três vezes prefeito do Rio de Janeiro, é apresentado por boa parte da mídia como um político-modelo sob o ponto de vista ético. Ele se gaba, freqüentemente, de jamais ter sido envolvido em escândalos de corrupção, apesar da longa experiência administrativa. Isto lhe rende, também muitas vezes, aparições destacadas nos "horários eleitorais gratuitos" do DEM, antigo PFL.
Porém, bastaram alguns meses sem mandato para que a máscara começasse a cair. E, ironicamente, isto acontece por iniciativa de um ex-pupilo de Maia, o atual prefeito Eduardo Paes...
http://rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,MUL1110051-9099,00-CIDADE+DA+MUSICA+INDICIOS+DE+FRAUDES+E+SUPERFATURAMENTO.html
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Cidade da Música: indícios de fraudes e superfaturamento
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O RJTV teve acesso, com exclusividade, ao relatório sobre a Cidade da Música que começou a ser feito há quatro meses para investigar os custos da obra. O relatório mostra indícios de superfaturamento.
Os resultados são preliminares, mas já revelam que muito mais dinheiro precisa ser gasto e que não há chance de a obra ser reinaugurada ainda em 2009. Ainda não há um prazo para a retomada das obras.
Os auditores querem mais tempo para concluir a auditoria e dar uma palavra final. Mas na primeira avaliação eles já dizem que vai ser preciso, pelo menos, mais R$ 150 milhões para concluir a obra. E o tempo da obra, quando for retomada, é calculado em mais um ano.
O relatório aponta indício de irregularidades e até mesmo de fraudes nos preços de algumas compras e dá exemplos:
- Um microfone, que no mercado custaria pouco mais de R$ 2 mil, teria sido comprado pela prefeitura por mais de 15 mil;
- Um amplificador, que valeria no mercado R$ 5,5 mil, teria sido comprado por R$ 30 mil.
No total, somente com a compra de sete tipos de equipamentos de som e vídeo, o superfaturamento teria sido superior a R$ 1,3 milhão.
A auditoria foi realizada por técnicos de quatro órgãos da prefeitura. Nas conclusões, eles criticam a falta de licitação e até mesmo erros grosseiros de execução do projeto da Cidade da Música. Os técnicos recomendam ainda que as informações apuradas até agora sejam encaminhadas para o Ministério Público.
Uma obra milionária, polêmica e sem utilidade por enquanto.
São quase 100 mil metros quadrados onde já foram investidos R$ 409 milhões, de acordo com a antiga prefeitura.
A arquitetura é grandiosa, o projeto ambicioso, mas nada funciona.
A Cidade da Música, na Barra da Tijuca, começou a ser construída em 2003 e teve várias inaugurações previstas e adiadas.
O custo do projeto também cresceu 500% em relação à estimativa inicial. Finalmente, em dezembro de 2009, o então prefeito Cesar Maia fez uma grande festa, mas só uma das salas ficou parcialmente pronta: a Grande Sala dos Concertos.
No final de março, o RJTV mostrou a situação da obra por dentro. Outras 27 salas estão inacabadas. Em algumas delas, já há até infiltrações e o material se deteriora.
A prefeitura informou, por nota, que, nesta quarta-feira, será publicado no Diário Oficial um decreto assinado pelo prefeito Eduardo Paes prorrogando por mais quatro meses o trabalho da auditoria.
Os técnicos querem prazo para que novas informações sejam apuradas e para que o prefeito possa decidir quando retoma as obras.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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